Aqui nós vamos falar sobre como funciona a doação de órgãos, o que é, quem pode doar, quem não pode doar, quais órgãos podem ser doados, como é o funeral de um doador e o que a religião fala sobre. Descubra tudo.
O que é doação de órgãos?
A doação de órgãos acontece por meio do transplante de órgãos, procedimento cirúrgico, onde o médico-cirurgião substitui um órgão debilitado, ou que já foi retirado, por outro saudável. Para que a operação seja feita, é necessário que o receptor e o doador tenham compatibilidade.
O primeiro transplante de órgãos bem-sucedido no mundo
O primeiro transplante de órgãos, realizado com sucesso no mundo, foi no ano de 1954, na cidade de Boston, nos EUA, onde o médico Joseph Murray transplantou um rim de um irmão gêmeo para o outro. Naquela época, sabia-se que havia poucos riscos de rejeição em um transplante de órgãos realizado em gêmeos, pois o receptor e doador possuíam o mesmo genoma.
Anos depois, na década de 60, foi descoberta uma maneira de transplantar órgãos entre não parentes de maneira que não houvesse rejeição, porém, o procedimento ainda era muito arriscado.
Apenas em meados da década de 80 que os imunodepressores evoluíram e tornaram possível que os transplantes fossem feitos com mais chances de sucesso.
Quem pode doar órgãos?
Um doador de órgãos pode ser qualquer pessoa, de qualquer idade, desde que a morte tenha sido diagnosticada como encefálica ou morte cerebral. Isso acontece porque ela é uma morte irreversível e para a confirmação é necessário seguir os critérios do CFM – Conselho Federal de Medicina, que indica teste de apneia e demais exames para confirmar o diagnóstico.
Quem não pode doar órgãos?
Pessoas que tenham sido diagnosticadas com câncer, doenças infectocontagiosas ou infecciosas, por exemplo, doença de chagas, hepatites e HIV não podem ser doadores de órgãos. Além dessas condições, pessoas com insuficiência de múltiplos órgãos também não podem ser doadores.
Como funciona a doação de órgãos?
Doador
É muito importante declarar em vida, principalmente para a família, que deseja ser um doador de órgãos. Isso é importante porque em caso de falecimento por morte cerebral ou encefálica, e estando apto a doar os órgãos, a família será contatada e informada sobre a possibilidade e o procedimento só poderá ser feito mediante autorização.
Receptor
Em setembro de 2020, existiam mais de 41 mil pessoas aguardando transplantes de órgãos e tecidos.
Para que alguém entre na fila para receptor, precisa ter uma doença incapacitante, progressiva e irreversível, ou seja, quando nenhum tratamento é capaz de recuperar o órgão.
O receptor realiza diversos exames, para determinar a necessidade de transplante. Após isso, confirmando a necessidade, a pessoa é registrada no Sistema Nacional de Transplantes, que é gerenciado pelo estado.
Quando surge um doador de órgãos, o sistema então cruza com os dados dos receptores e doadores e apresenta os que são compatíveis. Além do cruzamento de dados do sistema, também é necessário que a compatibilidade seja comprovada para garantir a segurança do receptor e o bom uso do órgão.
Ainda será necessário que as equipes clínicas de cada receptor analisem e identifiquem a compatibilidade com o doador. Após comprovar que o receptor está apto para receber o órgão, a equipe médica aceita e se prepara.
Caso o receptor não esteja internado no hospital, deve ser avisado e se dirigir o mais rápido possível para iniciar o processo e aguardar a chegada do órgão, que será enviado para o hospital, pela Central de Transplantes.
O receptor também pode desistir do transplante, pois, o processo reinicia, para encontrar outra pessoa compatível.
Quais órgãos podem ser doados?
Órgãos
- Fígado;
- Rins;
- Coração;
- Pulmão;
- Pele;
- Pâncreas e;
- Intestino.
Tecidos
- Córnea;
- Válvulas cardíacas;
- Ossos;
- Cartilagens;
- Tendões;
- Sangue do cordão umbilical e;
- Medula óssea.
Alguns órgãos podem ser doados em vida:
- Parte do fígado;
- Um dos rins;
- Parte do pâncreas;
- Medula óssea;
- Sangue do cordão umbilical e;
- Parte do pulmão, em situações excepcionais.
Para que a doação em vida aconteça, é necessário que a pessoa possa doar sem comprometer sua própria saúde, mas, além disso, precisa ser juridicamente capaz, passar por uma avaliação de doenças, o receptor precisa ter a indicação de transplante indispensável e o doador precisa ser parente de até quarto grau, mas, além de tudo, o transplante só será feito com autorização judicial.
Em alguns casos, não é necessário ser parente, basta ser apenas compatível, por exemplo, na doação de medula.
Além disso, também é possível doar para alguém que não tenha nenhum parentesco, só é necessária uma autorização judicial.
Um mesmo doador, pode salvar várias vidas
Um único doador pode salvar até 9 vidas, pois, uma única pessoa pode doar:
- 1 coração;
- 2 rins;
- 2 pulmões;
- Fígado, que pode ser dividido em dois e ir para 2 pessoas;
- 1 pâncreas e;
- 1 intestino.
Além de salvar vidas, um mesmo doador pode transformar muitas vidas, doando córneas, ossos e pele, por exemplo.
Por isso que a doação é um ato imenso de amor e esperança. Afinal, imagine quantas pessoas ficarão felizes, famílias e receptores, ganhando mais tempo de vida.
Como é o funeral de um doador de órgãos?
Muitas pessoas pensam que a doação de órgãos afeta o funeral de alguma forma. Por exemplo, impedir que o velório aconteça com caixão aberto ou que o corpo fique deformado.
Na verdade, isso não acontece. Um falecido pode ser velado normalmente após ter os órgãos retirados, pois, normalmente, não apresenta nenhuma deformidade.
O que as religiões dizem sobre a doação de órgãos?
Algumas pessoas também ficam em dúvida se sua religião seria contra a doação de órgãos. Isso acontece por causa da interpretação sobre a ressurreição, onde alguns acreditam que o corpo precisa estar completo para quando esse dia chegar. Além disso, algumas religiões também veem o fato de mexer no corpo um ato de profanação.
Na verdade, o que acontece é justamente o contrário, pois, muitas religiões apoiam a doação de órgãos, por exemplo, o cristianismo, judaísmo e espiritismo. Isso acontece porque apoiam a compaixão para com o próximo, assim como a caridade e a ideia de que a vida é um bem de muito valor.
Aqui explicamos como funciona a doação de órgãos, quem pode doar e quem não pode; doação em vida; como é o funeral de alguém que doa órgãos e o que a religião fala sobre o processo.
Você quer ser um doador de órgãos? Comenta aqui.