O velório é um momento muito delicado e tudo que a família quer nesse momento é ter uma última despedida tranquila e segura. A necromaquiagem faz parte dos processos que garantem que isso aconteça da melhor forma. Aqui, nós vamos falar tudo que você precisa saber sobre ela.
O que é necromaquiagem?
A necromaquiagem é um processo póstumo, que tem a função de deixar o rosto de um falecido com aspecto saudável e sereno, ou seja, deixar a aparência mais próxima do que o falecido tinha em vida.
Além disso, a necromaquiagem pode ser usada para reconstituir o rosto quando houver um ferimento nessa região, que atrapalha ou causa algum desconforto na família no momento do velório.
Quem faz a necromaquiagem?
Normalmente, o serviço de necromaquiagem é oferecido pela funerária, caso a família tenha um plano. No entanto, caso a família não possua um plano funerário, o serviço pode ser contratado junto com as outras técnicas de conservação e apresentação do falecido, por exemplo, a tanatopraxia.
Além disso, é importante saber que o profissional que realiza esse procedimento precisa estar apto, afinal, é bem diferente de uma maquiagem convencional. Nesse caso, é preciso ter respeito e sensatez e, embora existam cursos específicos, a maquiagem funerária pode ser realizada por alguém que entenda de maquiagem, pois, basta ser humanizado, ter delicadeza e respeito ao momento.
Como é feita a necromaquiagem?
O processo de maquiagem fúnebre é bem parecido com a maquiagem convencional, pois utilizam os mesmos produtos e materiais.
No entanto, a necromaquiagem necessita de alguns cuidados a mais, como conseguir deixar o tom da pele do falecido com o mesmo tom, ou parecido, de como era em vida. Isso é necessário porque a cor da pele muda, já que o sangue não corre mais nas veias, ela ganha um tom azulado e esbranquiçado.
Muitas vezes, para conseguir o tom de pele mais próximo, a funerária pode pedir uma foto do falecido.
Além de tentar deixar o rosto com aspecto saudável, o profissional de maquiagem póstuma também pode consultar a família sobre como uma mulher usava maquiagem antes de falecer, para deixá-la com seus gostos pessoais, enquanto em vida.
Como funciona a necromaquiagem
É preciso entender o processo completo de conservação e preparação do corpo, por isso, trazemos algumas informações importantes aqui.
O que acontece com o corpo depois do falecimento?
Quando alguém falece acontecem vários processos com o corpo, processos esses que fazem com que seja necessário passar por algumas técnicas para conservação e preservação para que a família possa fazer um funeral com segurança.
Quando o coração para de bater, o sangue para de correr nas veias e isso faz com que a temperatura do corpo caia para quase 10°. As células se abrem, porque o sangue fica mais ácido, e enviam as enzimas para o tecido, dando início a autodigestão.
A gravidade faz com que o sangue parado se acumule nas áreas próximas ao chão, por isso muitas vezes surgem manchas roxas nessas áreas.
O corpo fica rígido e a autodecomposição, processo feito pelas bactérias existentes, começa. Por isso, que a tanatopraxia é um processo muito importante e essencial.
A tanatopraxia vem antes da necromaquiagem
Ela é uma técnica muito antiga, que passou por muitas evoluções durante o passar dos anos.
Hoje, ela é feita com intuito de evitar infecção dos participantes do velório, manter uma boa aparência no falecido, impedir que odores desagradáveis atrapalhem a cerimônia.
Na técnica, o sangue é drenado e depois trocado por um produto químico, que mata algumas bactérias e mantém o estado do corpo, adiando o processo de decomposição para que o evento seja realizado.
Os líquidos que o corpo tinha antes de falecer também são aspirados, mas também os já expelidos na decomposição. Após isso, o formol também é aplicado nessas regiões. Esse processo se repete inúmeras vezes até que não reste nenhum fluido no interior do corpo.
Depois disso, o nariz e ouvidos são tamponados e a boca é suturada para dar naturalidade.
Necromaquiagem
A necromaquiagem faz parte do processo de finalização da preparação do corpo. Nessa finalização o cabelo do falecido pode ser aparado ou escovado e depois ele é vestido com as roupas enviadas pela família.
O processo entra para deixar o tom de pele natural e mais próximo de como era antes, por isso as partes além do rosto também podem ser maquiadas. Antes de iniciar, o rosto recebe um hidratante para que os produtos tenham aderência, pois a pele está seca por causa da falta de circulação.
Então o processo da maquiagem é normal, por exemplo, passando uma base em todo o rosto, pescoço e partes visíveis no velório, podem ser usados também pó, iluminador, corretivo, blush etc. Os produtos vão depender bastante de diversos fatores, como tom de pele, como a pessoa era em vida e se usava maquiagem, mas a ideia é basicamente deixar o falecido com um aspecto mais saudável e como era antes.
Caso o falecido fosse uma mulher vaidosa na vida, o profissional pode fazer uma maquiagem mais completa, incluindo o tom de batom que ela gostava de usar.
O importante é que seja tratado com muito respeito, obedecendo aos gostos pessoais e da família.
Reparação e reconstrução facial
Em alguns casos, por exemplo, mortes violentas ou acidentes de trânsito, o rosto do falecido pode ficar com marcas, arranhões, ou mesmo, irreconhecível.
Diferenças entre reparação facial e reconstrução facial
A reparação facial é feita quando o falecido possui lesões superficiais e pequenas, por exemplo, hematomas, arranhões e suturas. Já a reconstrução facial é feita em casos mais graves, como perda de pele e perda óssea, assim, o profissional precisa reconstruir o rosto.
Infelizmente, em alguns casos, não é possível reconstruir. Nos casos em que se perde muita pele e massa, chegando a cerca de 50% de perda, já dificulta o trabalho do profissional. Desta forma, o falecido não poderá ser velado com a urna mortuária aberta.
Dependendo do nível de reconstrução, é necessário contratar um serviço à parte para realizar o processo.
Isso é tudo que você precisa saber sobre necromaquiagem. Quer saber o passo a passo do processo de tanatopraxia? Clique aqui.