O processo de embalsamento é muito antigo. Para se ter uma ideia, já era usado no antigo Egito, há mais de 4 mil anos. No entanto, obviamente, passou por diversas mudanças até passar a ser como é hoje. Como muitas pessoas têm dúvidas a respeito dele, vamos explicar tudo o que você precisa saber.
O que é embalsamamento?
As técnicas de embalsamento são muito antigas, há cerca de 4 mil anos os egípcios já utilizavam porque acreditavam que continuávamos utilizando nossos corpos após a morte.
A técnica de embalsamento é usada até hoje, porém, obviamente, com técnicas aprimoradas, mas para preservar o corpo e para conservá-lo para as cerimônias de velório e sepultamento.
O embalsamamento é um processo feito para retardar a decomposição de um corpo pós morte. A técnica mais moderna surgiu no século XVII.
Como é feito?
Nós vamos avançar um pouco e falar tecnicamente, com os termos reais, mas em linguagem simples para que você possa compreender melhor.
Processo de embalsamamento:
1ª Etapa
O processo de embalsamento precisa ser iniciado o mais rápido possível, pois a decomposição acontece de forma acelerada.
Assim, logo após o corpo ser recebido pela empresa funerária é colocado em uma mesa cirúrgica, aquelas em aço, próprias para o manuseio. Então é feita uma limpeza com desinfetante e germicidas em todas as regiões e orifícios do corpo.
Quando alguém falece, acontece um processo normal de rigidez, chamado “rigor mortis”, ocasionada por uma mudança bioquímica nos músculos que causa o endurecimento, tornando muito difícil de movê-los ou manusear.
Por isso, é feita uma massagem nos músculos e na face para retirar essa rigidez e os profissionais poderem manusear com mais facilidade.
Aqui, também é necessário já cuidar do rosto, como colocar algodão entre a pálpebra e o olho para que não afunde, caso murche, dependendo do caso, os olhos também podem ser colados.
A boca também passa por um processo de sutura para segurar a mandíbula mantê-la fechada.
2ª Etapa
Depois de limpo e com a rigidez retirada, é necessário bombear o sangue para fora do corpo. Isso é preciso para eliminar as bactérias que causam a decomposição e o mau cheiro.
Mas o sangue, na verdade, é substituído pelo tanatofluido, uma solução normalmente composta de água e formaldeído, mas que pode mudar conforme análise do corpo pela equipe técnica, e que além de evitar a propagação de bactérias e a decomposição, deixa os órgãos emborrachados, pois não é retirado nenhum deles, como era feito antigamente.
Essa substituição de sangue pelo tanatofluido é feita através da carótida e é necessário cerca de 4 litros do líquido para cada 23 kg do peso do corpo.
3ª Etapa
Quando falecemos nossos corpos fazem uma autodigestão, ou seja, um processo de decomposição, ocasionado pelas enzimas liberadas pelo pâncreas. Também é conhecido como putrefação.
Acontece a chamada morte molecular, que é quando a quebra de tecidos moles que se transformam em líquidos, gases e sais começa a acontecer.
Por causa disso, é necessário tirar todos os gases e fluidos do corpo do falecido. Para isso, é inserido um instrumento cirúrgico, na região do abdome, muito parecido com uma antena, que mede em cerca de 5 a 12mm, assim retira tudo isso e principalmente os que se acumulam no sistema digestivo.
Esse procedimento pode demorar mais de três horas, e, depois disso é feito o fechamento de todas as incisões, uma nova lavagem e o corpo é novamente desinfetado e vestido.
4ª Etapa
Quando o processo de embalsamento está concluído, após as etapas acima, chega o momento das intervenções cosméticas.
O que acontece nesta etapa é para deixar o corpo em melhor estado visual. Podendo ser uma simples maquiagem para esconder manchas na pele ou mesmo, em caso de morte violenta, é necessário fazer uma espécie de reconstituição facial.
A maquiagem é para deixar a cor e textura da pele mais natural e com a aparência mais próxima de quando em vida.
O embalsamento pode ser feito em qualquer situação?
Na verdade, o embalsamento pode ser feito em qualquer situação ou como a família preferir, no entanto, a indicação é que se inicie o processo em até 12 horas após a morte, pois após isso o sangue começa a coagular, tornando muito difícil a troca pelo tanatofluido.
Já em alguns casos, ela deve ser feita de forma necessária, como quando é preciso fazer o transporte do corpo de avião, ou mesmo de carro por um período maior, podendo durar até 72 horas.
Mas também é necessário caso o falecimento aconteça em um município diferente e demore até que o corpo seja reconhecido e recolhido pela funerária, e quando a família quer passar mais tempo em sua presença depois de todo esse processo.
O embalsamamento é muito comum em celebridades, já que costumam ficar dias ou até anos expostas ao público, no caso de tempo mais prolongado, é preciso fazer ajustes conforme o tempo for passando.
Diferença entre tanatopraxia e embalsamamento
Essa é uma pergunta bem comum, principalmente porque muitas vezes o embalsamamento é um serviço pago adicionalmente, já que o que os planos funerários cobrem o processo mais simples de tanatopraxia.
Tanatopraxia
É o conjunto de técnicas para a conservação do corpo. O processo de aplicação de produtos químicos para a conservação, desinfecção e o processo de retardo de decomposição, principalmente para que o falecido seja apresentado dignamente no velório.
Através da aplicação de químicos o corpo desenvolve um aspecto mais natural e evita o inchaço, derramamento de líquidos e deixando o corpo com a aparência o mais próximo possível do que era em vida.
A tanatopraxia é um processo mais avançado do que o embalsamento, ou seja, mais novo. No entanto a técnica de embalsamento é necessária para a conservação por um período maior.
Assim, o embalsamento faz parte do processo de tanatopraxia, porém os químicos usados são diferentes para garantir a conservação por um período maior.
O processo de tanatopraxia é obrigatório para que os familiares se despeçam de seu ente querido, e o embalsamento para que o tempo seja maior, se for necessário.
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